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Vamos conhecer um pouquinho mais deste Chargista, Quadrinhista, Professor de História...
Giancarlo Moser !
🎤FALE COMO VOCÊ DESCOBRIU O DESENHO
🎨GM
Eu desenho desde pequeno, como todas as crianças. Alguns fatos são
significativos nessa época da vida: quando eu tinha uns 3 ou 4 anos,
fiquei muito impressionado com uma pescaria de lagoa, onde meu pai
pescou uma tartaruga pequena. Desenhei esse momento e meu pai guardou o
desenho dizendo que estava muito bom (que infelizmente foi perdido nas
enchentes dos anos 1980) e uma segunda situação, foi quando por volta
dos 6 anos eu copiava os desenhos da Turma da Mônica a mão livre com uma
canetinha preta (que eu adorava). Lembro que ao mostrar para meu pai,
ele ter dito: ”Isso não vai para frente”. Minha mãe tinha alguma
habilidade em retratos com lápis HB e isso me inspirou, pois sempre
dizia que queria ser pintor. Na escola, uma professora na 5ª série nos
ensinou a técnica de desenhar quadriculado, onde você pega um desenho
pequeno, faz quadrinhos e em uma folha maior os quadrinhos são refeitos
em escala, porém maior. Pois bem, era um folha A4 com um desenho do Pato
Donald para reproduzir com esta técnica em uma folha enorme de papel de
embrulho. Eu achei aquilo muito trabalhoso e desnecessário, e reproduzi
fielmente o Donald na escala correta. Quando a tal professora viu, ela
me esculachou dizendo que eu estava tentando sacanear ela. É claro que
eu não entendi o porquê da acusação, mas me senti culpado. Esses eventos
marcaram e as reprimendas me fizeram sentir culpa por desenhar.
🎤MAS, ISSO TE MARCOU TANTO ASSIM? E O QUE ACONTECEU DEPOIS? QUANDO VOCÊ RETOMOU O DESENHO?
🎨
GM Sim, foram eventos marcantes. Eu lembro que na adolescência de
copiar e fazer desenhos inspirados em um programa de TV do Daniel Azulay
(esses desenhos foram elogiados por outra professora e ele me
incentivou a cultivar minha habilidade). Em verdade, nunca deixei os
desenhos, pois sempre desenhava onde tinha espaço e ficava tentando
retratar pessoas de minha vida (mas essas não eram experiência muito
exitosas, na época, pois meu traço era muito rústico). Posso dizer que 3
pessoas foram aquelas que me incentivaram muito e que me ajudaram e
incentivaram: um grande amigo, falecido recentemente, Beto Marcelino,
era um chargista excelente e nós passávamos horas desenhando em nossa
adolescência. Inclusive ele tinha um traço refinado para sua pouca idade
e com ele aprendi muito. Outra pessoa – e essa foi a mais importante –
foi minha esposa Maike, que nos tempos de namoro ficava acompanhando
meus desenhos e me levou a criar novamente confiança em retomar essa
arte com força e paixão. Por fim, meu amigo Giba Thien, foi fundamental
para me dar rumos e acreditar que eu poderia ter um estilo próprio. Isso
foi por volta dos 20 e poucos anos. Comecei a dar aula em 1992, logo
após me graduar em História, e de um momento para o outro, eu estava
fazendo os desenhos para as camisetas das turmas das escolas. Eram
desenhos para Gincanas, formaturas, eventos etc. Em 1993, eu e o Giba
começamos um projeto muito legal de uma coleção de livros infantis sobre
profissões, desenhamos, colorimos, roteirizamos e escrevemos 10 destes
livros. Foi um trabalho de um ano. Procuramos editoras, algumas se
interessaram, mas as propostas eram sempre para bancarmos o início e
depois, se vendesse bem, teríamos lucros. Enfim, o material está
engavetado até hoje.
🎤QUAL O RITMO DE SUA PRODUÇÃO HOJE? VOCÊ FAZ PROFISSIONALMENTE?
🎨GM
Desenho diariamente. Em qualquer situação, estou rabiscando algo. Faço
somente por hobby, como uma maneira de enfrentar o estresse cotidiano.
Faço algumas charges e cartuns para mídia on line
humorpolitico.com.br, mas sem remuneração, publico no meu perfil no
facebook e no Instagram. Desenho paisagens, corpos, arquiteturas (sou um
Arquiteto frustrado) e algumas coisas com meu filho mais novo, Lorenzo,
que tem um potencial excelente para ser um grande desenhista.
🎤QUAIS FORAM SUAS INSPIRAÇÕES OU MODELOS?
🎨
GM Essa é difícil, pois foram inúmeros os desenhos que acompanhei e
acompanho. Posso dizer o que realmente não me inspira: nada da Marvel,
DC Comics ou HQs de super-heróis. No cinema até vejo alguma coisa
relacionado (gostei da franquia X-Men). Sou realmente apaixonado pela
época de ouro de Uderzo e Goscinny, com o Asterix. Isso me inspira como
desenhista e Historiador até hoje. Outros são: o Ibañez, do Mortadelo e
Salaminho; Mafalda, do Quino. A família Pato, do genial Carl Barks;
Calvin, do Bill Watterson; os desenhos do Zé Carioca feitos pelo Canini,
Moebius, Laerte etc etc.
2 comentários:
Saudações amigo Veloso e mano da arte.
Cara, que satisfação ver uma postagem em seu blog após tanto tempo (03 anos, é isso memso?). Tenho acompanhado suas publicações no Face mas confesso que sinto falta aqui do blog. Você tem um talento singular.
Muito bacana a entrevista com o Giancarlo Moser (que eu ainda não conhecia o traço). Identifiquei-me com alguns fatos que ele relatou, tais como não gostar de quadricular o desenho para ampliar, desenhar atualmente por hobby entre outros.
Parabéns pelo retorno ao blog e parabéns também ao Giancarlo. Sucesso a ambos.
Abraço, saúde e paz!
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